O Portal Jack Comunica não se responsabiliza pelos conteúdos publicados pelos nossos colunistas.

COVID-19 pode afetar a coluna e movimentos do corpo

Foto:divulgação

 

São Paulo, Agosto de 2020 – O ano de 2020 caminha para o seu nono mês de pandemia pela COVID-19 e as descobertas científicas sobre a doença não param de surpreender. Por todo o mundo, milhares de pesquisas avançam e jogam luz sobre impactos e sequelas do novo vírus. 

 

Na Inglaterra, estudos da Universidade de Liverpool, publicados recentemente no periódico The Lancet Neurology, reuniram informações dos países onde ocorreram grandes surtos da doença, como China, Itália e Estados Unidos, e que tiveram relatos de complicações neurológicas decorrentes da COVID-19. Entre elas, inflamação no cérebro, nos nervos e na medula espinhal. 

 

“O sistema nervoso central tem uma camada de proteção, conhecida como barreira hematoencefálica, que tem o papel de bloquear a passagem de vírus e bactérias nocivas. Uma vez que essa barreira é rompida, há a necessidade de atenção e aprofundamento de estudos, para mapear as consequências a curto, médio e longo prazo”, alerta Dr. Cezar de Oliveira, neurocirurgião, especialista em coluna, que atua como chefe de equipes de neurocirurgia no Hospital Sírio-Libanês. 

 

Os impactos neurológicos podem resultar em prejuízo à memória, tremores, espasmos musculares, formigamento nos membros superiores e inferiores, como braços e pernas, além de prejuízo aos movimentos e evolução de doenças do sistema nervoso, como síndrome de Guillain-Barré. 

 

Sintomas com duração superior a três meses

 

Outra pesquisa, conduzida por cientistas chineses do Hospital Huashan, investigou a evolução da saúde de 60 pacientes que se recuperaram do contágio do novo coronavírus. Nela, constataram que dois terços apresentaram sintomas neurológicos, sendo que em 55% dos casos a persistência durou por três meses. No entanto, quando se tratou de dificuldade de locomoção, dores musculares, tremores, formigamento e cefaleia, os sintomas ainda estavam presentes por mais de três meses.  

 

“Uma vez no sistema nervoso, alguns vírus podem ficar inativos por um longo período e serem reativados mais tarde, como acontece com o Varicella Zoster, causadora de herpes e catapora. Por isso, um acompanhamento dos grupos que tiveram contato com a COVID-19, para análise da sua condição de saúde e de possíveis complicações relacionadas à patologia, pode ser importante”, reflete o neurocirurgião.

 

SOBRE O ESPECIALISTA

 

Dr. Cezar Augusto Alves de Oliveira – Neurocirurgião – Especialista em Coluna, é o chefe de equipes da Neurocirurgia nos hospitais: Sírio-Libanês, AACD, Hcor, Rede São Luiz, Edmundo Vasconcelos e Santa Catarina. Possui especialização pela Harvard Medical School, com Prof. Chief Peter M. Black; fez residência médica com especialização em cirurgia da coluna, no Departamento de Neurocirurgia do Centro Médico da Universidade de Nova Iorque, com o Prof. Dr. Paul Cooper; é Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia. Possui graduação pela Faculdade de Medicina de Campos (RJ) e cursou o Internato Eletivo em Neurocirurgia, no Instituto de Neurocirurgia da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Instagram: @drcezardeoliveira

 

Fontes:

https://www.thelancet.com/journals/laneur/article/PIIS1474-4422(20)30221-0/fulltext 

https://www.thelancet.com/journals/eclinm/article/PIIS2589-5370(20)30228-5/fulltext#%20

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *