Jovens em vulnerabilidade social são ajudados por ONG criada por ex traficante
Sebastião já foi dependente químico. Aos 11 anos ele conheceu o mundo das drogas, e aos 26 entrou para o tráfico. Ele gerenciou uma boca de fumo no Complexo da Maré, por mais de dez anos.
Um dia, olhou para a filha e teve medo de não vê-la crescer. Abandonou tudo. Hoje, a missão dele é ajudar outros jovens a trilharem o mesmo caminho de superação, e contrariar a expectativa daqueles que esperam desses jovens a “cadeia ou caixão”. Na comunidade onde é cria, Tião, como é conhecido por lá, fundou há 17 anos o Instituto Vida Real. A ONG dá nova perspectiva pessoal e profissional a jovens ligados ao crime ou em risco de se envolver com ele.
— Cheguei a ouvir que pra mim não tinha mais jeito. Mas um dia, ao sair de casa, olhei para trás e refleti: “Quero ver minha filha crescer”. Conversei com o chefe do tráfico e disse que não queria mais essa vida. Precisei ficar um tempo fora do Rio para me desligar — lembra Sebastião Antônio de Araújo, de 57 anos.
Ao voltar para a mesma comunidade, Tião tornou-se inspetor em uma escola. Foi lá que, por acaso, surgiu a oportunidade de criar a ONG. Um dia, o colégio foi procurado por uma produtora interessada em gravar um documentário com jovens daquela localidade. Coube a Tião selecionar os rapazes.
— Eu pedi para ser entrevistado antes, para saber que tipo de perguntas iam fazer, pois não podia arriscar a vida dos jovens. No fim, deu tudo certo. Aí, produção quis me dar um dinheiro para eu distribuir para os garotos, mas recusei. Disse que o que eles precisavam era de um espaço para reforço escolar — conta.
Assim surgiu o instituto, em 2004, por onde já passaram cerca de dez mil jovens
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