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Livro Acamara de Aramaca reapresenta a Costa do Dendê em olhar inédito

Lançamento acontece na Câmara Municipal de Nilo Peçanha e terá distribuição gratuita.
Acamara de Aramaca é um projeto que traz, em livro, fotos e audiovisual, um resgate das tradições da Costa do Dendê por meio do olhar do fotógrafo Aramaca. Esse personagem da vida real empresta não só suas lentes e sua sensibilidade para os cliques, mas também suas lembranças pessoais, que são confrontadas com as transformações pelas quais a região passou ao longo dos anos. O projeto será lançado na próxima terça-feira (10), às 14h,* na Câmara Municipal de Nilo Peçanha,* e contará com apresentação do grupo de Zambiapunga local, o maior do País e um dos destaques retratados no projeto. Na quarta-feira (11), às 19h, o livro ganha lançamento em Valença, na Câmara Municipal.

Aramaca é o alter ego de Francisco Marques Magalhães Neto,* advogado baiano que há anos figura na lista dos mais respeitados do país conforme levantamento da revista Análise Advocacia 500. Natural de Salvador, onde hoje reside, ele passou a maior parte de sua infância e adolescência em Valença e arredores. A fotografia não era mais que um passatempo amador até que, perto do fim da década de 1990, Magalhães Neto começou a experimentar com a fotografia digital e a desenvolver uma linguagem fotográfica própria. As imagens que capturou já foram expostas em galerias e adornam até pontos de referência de Salvador.

Fruto de imersões que somaram quase três meses de jornadas por toda a microrregião da Costa do Dendê, Acamara de Aramaca é uma realização da produtora Barro de Chão, que tem projetos semelhantes ligados à capoeira Angola, à Restinga do Litoral Norte da Bahia e a outros recortes da cultura e biodiversidade brasileiras. Além de extensa pesquisa bibliográfica, foram feitas mais de 90 entrevistas com moradores locais, acadêmicos, empresários, pescadores, marisqueiras, agricultores e demais atores da “vida no Dendê”.

 Uma experiência antropológica – Adentrar na Costa do Dendê é desvendar particularidades que vão além do fruto que denomina este território de identidade da Bahia. O pluralismo religioso é evidenciado por marcos históricos das religiões católica e de matriz africana. O Convento e Igreja de Santo Antônio, fundado por jesuítas em 1654, em Cairu, ostenta o título de marco inaugural do barroco na arquitetura religiosa luso-brasileira. Já a comunidade Caxuté, no distrito de Cajaíba, assume a missão de resgate da ancestralidade do candomblé Congo-Angola e abriga a primeira Escola de Religião e Cultura Africana do Sul da Bahia. “Outras ações de preservação acontecem no município de Nilo Peçanha. Ali estão Boitaraca e Jatimane, duas comunidades remanescentes de quilombo, que tratam sua ancestralidade não como tesouros, mas como parte indissociável e definidora de sua essência”, relata o jornalista Leonardo Vinhas, na obra.

Em meio aos emblemas da religiosidade local, as cores e sabores da terra também assumem o protagonismo como insumos criativos do projeto. O manejo artesanal dos dendezais é um ofício ainda mantido por alguns, como a fazendeira Roseane de Jesus, 34 anos, personagem do livro. Para ela, o processo herdado e preservado em sua família é o que garante o melhor resultado na extração de um azeite de qualidade. “A gente corta o dendê, limpa ele todo, tira as bagaceiras pra ficar tudo limpinho e bota no fogo hoje pra fazer amanhã. Normalmente, leva o dia todo cozinhando. No outro dia de manhã, a gente pega pra pilar. Pila, lava e bota pra cozinhar no caldeirão que está no fogo. Vai separando o óleo para um lado e a borra para o outro. Com a borra, a gente faz comida de galinha e também sabão”, narrou.

*Serviço*
*O que:* Lançamento do livro Acamara de Aramaca;       
*Quando e onde:* Terça-feira (10 de março), às 14 horas, na Câmara Municipal de Nilo Peçanha; e Quarta-feira (11 de março), às 19 horas, na Câmara Municipal de Valença;
*Site oficial:* www.aramaca.com.br;
*Instagram:* www.instagram.com/aramacaphoto; 
*Entrada gratuita!* 
*Obs.* Exposição fotográfica permanente no Centro Cultural Zambiapunga, em Nilo Peçanha/Bahia.

Jacson Gonçalves

Tenho 25 anos sou natural de Salvador, Bahia. Sou cadeirante, jornalista, Blogueiro e Digital influencer. Ser jornalista é também contribuir com o exercício da profissão e ter na veia a responsabilidade social de levar informação e entretenimento.

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