Apesar de pesquisas controversas, fator tem aparecido como uma das principais causas de morte da doença
Foto divulgação |
Alterações genéticas, diretamente relacionadas à biologia celular, que podem ser estimuladas por fatores ambientais como tabagismo, uso de hormônios, alcoolismo estão entre as principais causas do câncer de mama e colo do útero, mas o que poucos sabem é que o sobrepeso e a obesidade estão na raiz do aparecimento de um número significativo de tumores. O sobrepeso é caracterizado quando o índice de massa corporal (IMC) se encontra acima de 25, já a obesidade é quando o IMC ultrapassa os 30.
A Agência Internacional de Pesquisas em Câncer estima que cerca de 25% dos tumores de mama ao redor do mundo sejam decorrentes de obesidade e sedentarismo. “Dois fatores frequentemente coexistentes e indissociáveis”, pontua a oncologista clínica, Milena Aparecida Coelho Ribeiro. O resultado da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) vinculado ao Ministério da Saúde, revela que, desde o início do monitoramento em 2006, o aumento da obesidade saltou de 11,8% para 20,3% em 2019. Em contrapartida, resultados preliminares de diversos estudos epidemiológicos sugerem que a atividade física reduz o risco de câncer, bem como a mudança de hábitos alimentares e estilo de vida.
A influência da obesidade no prognóstico do câncer de mama tem permanecido controversa. “No entanto, ao atingir a menopausa, por exemplo, mulheres obesas correm mais risco de desenvolver câncer de mama”, revela Milena, ressaltando que “a obesidade é fator de risco também para câncer de cólon, esôfago, rim e endométrio – a camada que reveste a parte interna do útero”. De acordo com a oncologista, a obesidade é maléfica à saúde como um todo. “Por isso, além de manter o peso em qualquer situação, desde a juventude, as mulheres na menopausa devem redobrar os cuidados quando o assunto é a balança”.
“Isso porque a obesidade interfere na produção de insulina e no fator de crescimento conhecido como IGF-1, ambos contribuem para aumentar o risco do aparecimento da doença”, esclarece a nutróloga Aline Longatti, apontando que a obesidade é por si fator de mau prognóstico, independentemente do tamanho do tumor primário, do grau de agressividade e do número de linfonodos axilares comprometidos. “A obesidade está associada a um processo inflamatório subclínico instalado no interior do tecido gorduroso. O estado inflamatório crônico resultante contribui para o aparecimento de resistência à insulina e para a proliferação e progressão de células malignas”, explica.
A recomendação geral entre os órgãos de saúde é a prática regular e moderada de atividades físicas por cerca de 30 minutos diários ou, pelo menos, cinco vezes por semana. “Abandonar o sedentarismo é fundamental para controlar a gordura corporal, tornando a pessoa mais ativa no cotidiano e aumentando sua qualidade de vida”, destaca Aline. Segundo ela, a alimentação saudável também é fundamental para a prevenção do câncer de mama e de colo de útero, bem como de outras doenças. “A dieta equilibrada inclui a ingestão de frutas, verduras e legumes, a adoção de alimentos de baixa calorias e a limitação e/ou restrição aos alimentos processados e ultra processados”, alerta a nutróloga, lembrando que mulheres que já tiveram câncer de mama devem fazer de tudo para manter o IMC abaixo de 25.